quarta-feira, maio 09, 2007

Uma carta de despedida

Gosto de tomar banho antes de deitar-me.
É meio como um ato de purificação.

Ontem... a hora avançada, o silêncio da noite, a água quente derramando-se sobre meu corpo cansado numa noite fria.
Repassando meus compromissos da semana especialmente no que se refere ao trabalho, meus pensamentos e sentimentos, de repente, se ativeram em um ponto comum:

COMO SERIA MINHA CARTA DE DESPEDIDA ÀS COLEGAS DE TRABALHO NA ESCOLA?

E era como se eu entrasse num túnel do tempo e me reportasse a junho de 2006, qdo eu e meu marido nos vimos diante do desemprego (história que tantos amigos "virtuais" compartilharam comigo).

Foram as colegas de trabalho as primeiras a me verem frágil, em lágrimas, qdo no dia seguinte ainda sob o impacto da surpresa e da dor, precisei contar que minha vida entrava em declínio a partir dali.
Foram delas que recebi os primeiros abraços e palavras de incentivo... reforçaram-se laços, amenizaram-se diferenças, enfim.

Revivi tantos sentimentos de medo, dúvida, esperança, incertezas, fé...

E as notei em mim... lágrimas que estranhamente me afagam, consolam, colocam-me de volta ao ponto de equilíbrio.
É claro... sou chorona e admito.
Choro sempre que o coração pede.
Choro pra me livrar da dor.
Choro pra sentir pena de mim.
Choro pra diminuir o peso e levantar mais leve pra continuar.
Choro pra perdoar a mim mesma ou a alguém.
Hj choro menos que a tempos atrás, talvez pq as dores pelas quais já passei tenham criado camadas, escamas ou cascas em mim... uma proteção, um escudo!

Turbilhão de sentimentos passados, presentes e futuros.
Nem conseguiria descreve-los todos aqui.
Hj convivo com a satisfação de ver meu marido se realizando em seu recomeço (e vê-lo bem e feliz me faz um bem enorme) e com a dedicação ao meu trabalho, à minha turminha de alunos que parece ter data certa pra findar.
Inevitavelmente, cada novo dia reforça que este ciclo está pra terminar.
E tenho me preparado, mas convivo com dúvidas e temores, por vezes lamento, em outros me conformo.
E sinto em meus dias de trabalho um gosto de despedida e faço tudo como se fosse pela última vez, pois é cada dia mais certo que estes pensamentos todos não foram em vão.
Certamente, esta carta de despedida será escrita... outras tb.

Mas, para que sofrer por antecipação, Jacqueline???? Para quê????

2 comentários:

Anônimo disse...

Anjinho quero te parabenizar por lutares pela campanha contra violências aos nossos animaizinhos. .
Oi amiga querto te oferecer meu award nr5 pq seu mundinho merece e vc tb. amiga vc podia me dar um voto no blogstar. Eu pariticipo

Anônimo disse...

Oi Miga! Sabe eu não sou chorona, só mesmo quando era bebezinho, minha mão conta que chorei meu primeiro ano inteirinho rsrsr (eitchia nenenzinho chato hem!) Mais mesmo criança, desde onde me lembro não sou de chorar. As vezes de raiva hehehe, pelo simples fato de não poder "meter a mão na oreia" kkkkkkkk (porque apesar de não parecer eu sou uma pessoa civilizada) kkkkkkkk Grande abraço!